Cap IV
Mike’s POV:
Isto é muito mau sinal… A Lucy já usou
demasiada energia esta noite, a orla da floresta está cercada por guardas…
- Phil, consegues cercar-nos até que
distancia?
- Não muita… eu desleixei-me um pouco
em relação à cerca
- No entanto é a que precisamos mais…
Esforça-te o mais que conseguires, eu vou salva-la… já a desiludi demasiado em
tão pouco tempo.
- Não, Mike não! Eu não vou conseguir!!
- Eu tenho a certeza que sim – e ao
dizer isto corri em direção da Lucy, em direção ao sítio onde ela estava
imobilizada, indefesa, cercada e a ceder. Lágrimas escorriam-lhe pela face, e
esta encontrava-se pálida. Ela mantinha os olhos fechados. Abre os olhos Luu,
tu tens que abrir os olhos!!
- LUUUUUUUU!!!! – Gritei eu, após
ter-me desviado dos guardas que estavam na orla da floresta
- Mike? MIKEEEEE!!!! Salva-me, por
favor. – Isto só me fez sentir pior, era como se ela me pedisse para fazer
alguma coisa após eu nada ter feito. Estava quase suficientemente perto para
puder abraça-la quando ficamos cercados por chamas azuis, um circulo perfeito.
Obrigado Philippe. - Mike????
-
Lu, eu disse que voltava – disse abraçando-a por trás, ela virou-se na minha
direção, e olhando-me nos olhos aproxima-se. O meu corpo foi mais rápido do que
eu. Este fora o nosso primeiro beijo, ao Luar entre chamas azuis.
De
repente as chamas apagaram-se deixando-nos expostos ao inimigo “fogo Phil….”. Os
guardas que outrora estavam a cercar a orla da floresta estavam a cercar-me a
mim e à Lucy.
-
Vejam só quem decidiu aparecer, o bastardo dos Rowswell. Agora irás voltar para
o sítio de onde nunca devias ter saído em primeiro lugar.
-
Mike, de que é que ele está a falar? – Perguntou-me Lucy. Ela não devia
descobrir desta maneira… especialmente por aquele filho da mãe… - Mike
responde-me!!! – e eu simplesmente mantinha-me calado, nada conseguia dizer.
Ela não podia saber!
-
Minha querida Lucyanne, eu irei-lhe contar tudo ao pormenor, eu estive lá e
ninguém sabe melhor o que aconteceu do que eu, não é verdade Mickael? – disse o
Mayor. Como eu desprezava aquele homem
-
Nunca mais se atreva a me chamar isso, esse nome nojento só trouxe infelicidade
à aqueles que o rodeavam
-
Ui, não sabia que tinhas tanta raiva ao nome de teu pai Mickael Rowswell. –
Retaliou o Mayor. Isto não estava certo, a minha Lucy não devia ter conhecimento
disto da boca daquele grandessíssimo ************** (asteriscos ao calhas xD).
– Mas nós iremos ter muito tempo para falar sobre esses assuntos enquanto vocês
estiverem dentro. Agora se fazem o favor, guardas lev…. – o Mayor fora
interrompido por pequenas explosões no ar, libertando fumo. Phil, you are a
genius!! Agarrei a mão de Lucy e puxei-a na direção da floresta. Aqui vamos
nós!
Lucy’s
POV:
De
repente começaram a pequenas explosões no ar, deixando tudo fumarento. Mike
agarrou-me a mão e puxou-me em direção à floresta, com um sorriso estúpido na
cara… Damn, como eu amava aquele sorriso…
Comecei
a avistar uma figura na orla da floresta, e no preciso momento em que ele nos
olhou os seus olhos brilharam. Naquela silhueta escura a única coisa bem nítida
eram os seus olhos, que brilhavam em duas cores: laranja avermelhado e cinzento
azulado. Havia algo naqueles olhos que me era familiar, e no preciso momento em
que este me olhou, sorrio. Um sorriso tão quente e aconchegante, demasiado
dócil e familiar, provocando um sorriso igualmente dócil surgir nos meus lábios…
E ao penetrar na floresta fui contra uma parede invisível, no entanto sólida. O
sorriso que outrora se encontrava nos meus lábios agora se tinha extinguido. E
aquele que outrora segurava a minha mão continuou seguindo em frente.
-
Phil, consegues tirar-nos daqui depressa - Perguntou Mike a este
desconhecido-familiar que se encontrava agora na sua frente. Phil? Espera aí um
instante… Philippe?
-
Phi…Philippe? – Perguntei eu, mantendo uma mão apoiada na parede invisível.
Ambos olharam para mim de forma repentina, surpreendidos – provavelmente estou
a alucinar, não é verdade? Eu sou a ultima Wolffield viva, eu não fiz uma casa
explodir em chamas, um círculo de fogo não apareceu miraculosamente à minha volta,
o Mike nunca me beijou e eu não estou contra uma espécie de parece de ar, não é
verdade? Is-isto só pode ser um sonho, eu devo estar inconsciente no meio da
floresta prestes a ser devorada por sei lá o quê, não é verdade? Isto não está
a acontecer…
- Espera aí, disseste parede invisível? Oh
shit, Mike, ela está presa do outro lado, é tarde demais… – disse Philippe, o
meu irmão
-
Não, não, não, não… não pode ser!! Simplesmente porque não!!! Ela tem de vir
comigo, connosco para lá!!! Isto não era suposto estar a acontecer! Tens a
certeza que não há outra forma de a reaver? – Eles começar a discutir como se
eu não estivesse aqui… sobre algo que eu não faço a mínima do que é…
-
Existe outra forma, mas é apenas uma teoria. Nunca ninguém conseguiu executa-la…
e quem tentou, acabou em cinzas. Exceto 1, o criador dessa teoria – retorquiu Philippe.
Nesse preciso momento apareceu alguém por detrás de mim agarrou-me, puxando-me
na direção contraria à da floresta. Dei-lhe uma cotovelada sei la eu onde, o
que fez com que eu caísse no chão. Rastejei o mais longe que pude, e quando
olhei para trás o homem estava em chamas, e os olhos do meu irmão estavam da
mesma cor do fogo ardente. Mike correu na minha direção, puxando-me para ele e
abraçando-me.
-
O que será de mim sem ti? – Sussurrou no meu ouvido
-
Se não gostas desse cenário, existem sempre outras alternativas para evitar que
isso aconteça – respondi. Eu não fazia a mínima ideia do que estava dizendo, só
tinha esperanças de que ele soubesse.
-
A partir de agora podes ter a certeza de que não te vou largar – And once again
it all turned black.
…………
Quando
abri os olhos estava escuro e frio, por isso encolhi-me. Acontece que eu não
podia-me encolher, pois os meus braços e pernas estavam acorrentados às paredes
e as minhas roupas tinham desaparecido. Por ironia estava um vestido
extremamente confortável dobrado em cima da cama que se encontrava a cerca de
1m de mim. Eu estava acorrentada numa parede, nua e acorrentada. A porta
abriu-se e o Mayor entrou.
-
Como está a nossa menina Lucy – Disse o Mayor de forma nojenta aproximando-se
-
Não se aproxime!!!
-
Porque minha linda? Vós tenhais um corpo tão esbelto, é quase impossível
resistir ao seu toque
-
Não!!!
-
Lucyanne, tenho uma coisa para vos contar. A principal razão pela qual vós
tenhais saído da cave 2 anos atrás foi para a remodelação das masmorras.
Existiam 2 grandes salas que foram subdivididas em quatro parcelas cada. Vós
estais na 7, é o seu número da sorte não é? Bem, o seu querido amado Mickael
está aqui ao lado, na 8. Uma das minhas características preferidas destas masmorras
é o facto de que se ouve tudo de uma masmorra para a outra. Uma forma de
tortura bastante eficaz, faz com que aqueles que passam os dias ouvindo os
gritos dos outros morrerem de loucura. Bem, eu planeio aplicar essa forma de
tortura com o nosso querido Mickael. Antes de começarmos menina Lucy, se você
se conseguir libertar das correntes tem o direito de visitar o seu querido
Mickael 1 vez por semana e claro que poderá vestir aquele maravilhoso vestido
que ali se encontra. Shall we begin?
Mike's
POV:
Quando
acordei estava escuro e o ar estava fresco. Eu estava acorrentado como um colete-de-forças
e estava amordaçado. Uma escrava veio me alimentar, tirando a mordaça e dizendo:
-
Por favor não fale, se me quiser dizer algo murmure
-
À quanto tempo estou aqui?
-
1 dia se não me engano
-
A Lucy?
-
Quem?
-
A rapariga que estava comigo?
-
Sim, já sei. Ela está aqui na sala ao lado, se espreitar por este buraquinho –
disse mostrando-me o buraquinho do tamanho do meu punho – consegue vê-la. Não o
aconselho a fazer muito isso, pois não vai gostar do que irá ver.
-
O quê …?
-
Isso já não lhe posso dizer, você terá de ver com os seus próprios olhos. Agora
deixe-me alimenta-lo pois você não ira comer nas próximas 12 horas. - e assim
terminou o nosso pequeno dialogo quase silencioso.
Passaram-se
horas, e eu outra vez amordaçado, quando eu vejo o seu corpo despido mexer-se.
Mesmo assim acorrentada era dotada de uma elegância desumana. E os seus olhos,
aquelas lindas pérolas cinzentas quase azuis, foram o que me fizeram continuar.
Agora, as pérolas que outrora quase alcançavam o azul do céu nunca estiveram
tão cinzentas, tão obscuras, como se algo a estivesse a devorar de dentro para
fora, um pânico irreal. A luz do sol em breve iluminaria aquela sala e aqueles
pormenores que me fugiam em breve estariam revelados. O Mayor entrou na sala,
mantendo um diálogo com ela demasiado baixo para eu conseguir ouvir, no entanto
conseguia ouvir algumas partes. Remodelação? Tortura? Loucura? Ele está a
usa-la para me abater, mas....
*Passados 6 meses*
Phil's
POV:
-
Phil, desiste. Tu não os consegues trazer de volta, pelo menos a ela não, por
favor para de fazer isto a ti próprio, nada vai mudar
-
Não, eu não vou abandona-los! Eles são a única família que me resta e ninguém
vai-me impedir de passar para o outro lado!! Agora Tânia vai chatear as tuas
irmãs e deixa-me em paz!
-
Como quiseres, mas depois não venhas reclamar que eu não te avisei – e lá se
foi ela, a minha paixão. Dói-me vê-la assim tão stressada, e no fundo ela
culpa-me por todas a suas frustrações porque vejamos bem, ela tem razão.
Eu
tenho de parar de me culpar, no fundo ninguém tem culpa mas mesmo assim…. Bem,
algo que ninguém sabe é que quando nós, os Wolffield, primeiramente viemos para
a Floresta Negra, encontramos uma pequena aldeia no meio. Certo dia, quando eu
tinha 5 anos sem querer peguei fogo à cama onde me encontrava sentado e foi
assim que descobriram que eu tinha herdado puderes, também foi por causa de mim
que o resto da aldeia deixou de ser hostil connosco, pois nós eramos “outsiders”
que supostamente não sabiam que a magia existia. Bem no fina de contas meu pai
ficou muito amigo do chefe da aldeia, Charles Blake, que tinha um filho chamado
Paul Blake que era 5 anos mais novo que meu pai. Ora, as coisas pareciam ir
bem, a vida era boa, sem stress e eu finalmente pude ver os meus pais serem
realmente felizes, pois embora eu ainda fosse um bebé quando eles fugiram eu
nunca me esqueci do dia em que nós fomos obrigados a fugir…
O
dia em que Jared Wolffield fora nomeado chefe de aldeia foi quando a aldeia foi
invadida por lobisomens, cuja única vítima fatal fora Charles… e isto foi à
cerca de 10 anos atrás… Também foi à 10 anos atrás que Mike aparecera na aldeia,
ferido ligeiramente. Foi também nessa altura que foi criada a teoria, que mais
tarde passada para a prática obtivera m único sobrevivente que por causa destes
acontecimentos fora raptado junto com o seu amante, deixando para trás o seu “único
filho”, eu. Ninguém sabia da existência de Lucyanne e mas suspeitavam de que
algo estava errado connosco, que o tirano nos tinha tirado algo precioso e
agora os tinha levado a eles.
Passaram-se
anos e Paul Blake assumira-se como chefe da aldeia, casando-se com Mary Collins,
que mais tarde tivera dois filhos, Matthew e Jack. Mais tarde apareceu um rapaz
chamado Ian de que nunca se soube o seu apelido e que ficara como sobrenome
Blake.
Bem,
nesta aldeia quase todos tinham puderes sobrenaturais, entre ele encontramo-nos
eu e a minha irmã, bruxos. Existem vários tipos, o meu é distinguido pelo facto
de os meus olhos refletirem o tipo de magia que estou utilizando, se forem
vários então irão se espelhar varias cores, Eu consigo controlar todos os
quatro elementos, o que me torna exclusivo. A maioria só consegue controlar um
dos elementos (agua, ar, fogo e terra). No entanto existem 3 classes, os
elementares (baseiam-se no puder dos elementos), os das trevas (que utilizam um
puder negro, necessitando de almas para sobreviver) e o sentimental. Este
ultimo parece meio piroso mas é o mais raro e poderoso, pois pode utilizar
qualquer puder (elementar ou das trevas) sem necessitar de nenhuma forma de
energia além da pessoa em si (não necessita de almas, nem de outros fatores
como lua cheia, fim de ano, sacrifícios…). Os olhos desses bruxos, ao contrários
das outras duas classes, não refletem o tipo de magia a ser utilizado mas sim o
tipo de sentimentos que essa pessoa está a sentir, por isso tornam-se uma espécie
de bomba relógio pois apesar de serem as criaturas mais poderosas têm uma
grande falta de autocontrolo e são facilmente manipuladas. Isto tudo não passa
de um mito, pois só existiu uma bruxa, uma bruxa ancestral chamada Lina Ager-Lupos,
em toda a história da bruxaria.
Uma
única até agora