quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Cap IV - O mito



Cap IV

         Mike’s POV:
         Isto é muito mau sinal… A Lucy já usou demasiada energia esta noite, a orla da floresta está cercada por guardas…
         - Phil, consegues cercar-nos até que distancia?
         - Não muita… eu desleixei-me um pouco em relação à cerca
         - No entanto é a que precisamos mais… Esforça-te o mais que conseguires, eu vou salva-la… já a desiludi demasiado em tão pouco tempo.
         - Não, Mike não! Eu não vou conseguir!!
         - Eu tenho a certeza que sim – e ao dizer isto corri em direção da Lucy, em direção ao sítio onde ela estava imobilizada, indefesa, cercada e a ceder. Lágrimas escorriam-lhe pela face, e esta encontrava-se pálida. Ela mantinha os olhos fechados. Abre os olhos Luu, tu tens que abrir os olhos!!
         - LUUUUUUUU!!!! – Gritei eu, após ter-me desviado dos guardas que estavam na orla da floresta
         - Mike? MIKEEEEE!!!! Salva-me, por favor. – Isto só me fez sentir pior, era como se ela me pedisse para fazer alguma coisa após eu nada ter feito. Estava quase suficientemente perto para puder abraça-la quando ficamos cercados por chamas azuis, um circulo perfeito. Obrigado Philippe. - Mike????
- Lu, eu disse que voltava – disse abraçando-a por trás, ela virou-se na minha direção, e olhando-me nos olhos aproxima-se. O meu corpo foi mais rápido do que eu. Este fora o nosso primeiro beijo, ao Luar entre chamas azuis.
De repente as chamas apagaram-se deixando-nos expostos ao inimigo “fogo Phil….”. Os guardas que outrora estavam a cercar a orla da floresta estavam a cercar-me a mim e à Lucy.
- Vejam só quem decidiu aparecer, o bastardo dos Rowswell. Agora irás voltar para o sítio de onde nunca devias ter saído em primeiro lugar.
- Mike, de que é que ele está a falar? – Perguntou-me Lucy. Ela não devia descobrir desta maneira… especialmente por aquele filho da mãe… - Mike responde-me!!! – e eu simplesmente mantinha-me calado, nada conseguia dizer. Ela não podia saber!
- Minha querida Lucyanne, eu irei-lhe contar tudo ao pormenor, eu estive lá e ninguém sabe melhor o que aconteceu do que eu, não é verdade Mickael? – disse o Mayor. Como eu desprezava aquele homem
- Nunca mais se atreva a me chamar isso, esse nome nojento só trouxe infelicidade à aqueles que o rodeavam
- Ui, não sabia que tinhas tanta raiva ao nome de teu pai Mickael Rowswell. – Retaliou o Mayor. Isto não estava certo, a minha Lucy não devia ter conhecimento disto da boca daquele grandessíssimo ************** (asteriscos ao calhas xD). – Mas nós iremos ter muito tempo para falar sobre esses assuntos enquanto vocês estiverem dentro. Agora se fazem o favor, guardas lev…. – o Mayor fora interrompido por pequenas explosões no ar, libertando fumo. Phil, you are a genius!! Agarrei a mão de Lucy e puxei-a na direção da floresta. Aqui vamos nós!

Lucy’s POV:
De repente começaram a pequenas explosões no ar, deixando tudo fumarento. Mike agarrou-me a mão e puxou-me em direção à floresta, com um sorriso estúpido na cara… Damn, como eu amava aquele sorriso…
Comecei a avistar uma figura na orla da floresta, e no preciso momento em que ele nos olhou os seus olhos brilharam. Naquela silhueta escura a única coisa bem nítida eram os seus olhos, que brilhavam em duas cores: laranja avermelhado e cinzento azulado. Havia algo naqueles olhos que me era familiar, e no preciso momento em que este me olhou, sorrio. Um sorriso tão quente e aconchegante, demasiado dócil e familiar, provocando um sorriso igualmente dócil surgir nos meus lábios… E ao penetrar na floresta fui contra uma parede invisível, no entanto sólida. O sorriso que outrora se encontrava nos meus lábios agora se tinha extinguido. E aquele que outrora segurava a minha mão continuou seguindo em frente.
- Phil, consegues tirar-nos daqui depressa - Perguntou Mike a este desconhecido-familiar que se encontrava agora na sua frente. Phil? Espera aí um instante… Philippe?
- Phi…Philippe? – Perguntei eu, mantendo uma mão apoiada na parede invisível. Ambos olharam para mim de forma repentina, surpreendidos – provavelmente estou a alucinar, não é verdade? Eu sou a ultima Wolffield viva, eu não fiz uma casa explodir em chamas, um círculo de fogo não apareceu miraculosamente à minha volta, o Mike nunca me beijou e eu não estou contra uma espécie de parece de ar, não é verdade? Is-isto só pode ser um sonho, eu devo estar inconsciente no meio da floresta prestes a ser devorada por sei lá o quê, não é verdade? Isto não está a acontecer…
 - Espera aí, disseste parede invisível? Oh shit, Mike, ela está presa do outro lado, é tarde demais… – disse Philippe, o meu irmão
- Não, não, não, não… não pode ser!! Simplesmente porque não!!! Ela tem de vir comigo, connosco para lá!!! Isto não era suposto estar a acontecer! Tens a certeza que não há outra forma de a reaver? – Eles começar a discutir como se eu não estivesse aqui… sobre algo que eu não faço a mínima do que é…
- Existe outra forma, mas é apenas uma teoria. Nunca ninguém conseguiu executa-la… e quem tentou, acabou em cinzas. Exceto 1, o criador dessa teoria – retorquiu Philippe. Nesse preciso momento apareceu alguém por detrás de mim agarrou-me, puxando-me na direção contraria à da floresta. Dei-lhe uma cotovelada sei la eu onde, o que fez com que eu caísse no chão. Rastejei o mais longe que pude, e quando olhei para trás o homem estava em chamas, e os olhos do meu irmão estavam da mesma cor do fogo ardente. Mike correu na minha direção, puxando-me para ele e abraçando-me.
- O que será de mim sem ti? – Sussurrou no meu ouvido
- Se não gostas desse cenário, existem sempre outras alternativas para evitar que isso aconteça – respondi. Eu não fazia a mínima ideia do que estava dizendo, só tinha esperanças de que ele soubesse.
- A partir de agora podes ter a certeza de que não te vou largar – And once again it all turned black.
…………
Quando abri os olhos estava escuro e frio, por isso encolhi-me. Acontece que eu não podia-me encolher, pois os meus braços e pernas estavam acorrentados às paredes e as minhas roupas tinham desaparecido. Por ironia estava um vestido extremamente confortável dobrado em cima da cama que se encontrava a cerca de 1m de mim. Eu estava acorrentada numa parede, nua e acorrentada. A porta abriu-se e o Mayor entrou.
- Como está a nossa menina Lucy – Disse o Mayor de forma nojenta aproximando-se
- Não se aproxime!!!
- Porque minha linda? Vós tenhais um corpo tão esbelto, é quase impossível resistir ao seu toque
- Não!!!
- Lucyanne, tenho uma coisa para vos contar. A principal razão pela qual vós tenhais saído da cave 2 anos atrás foi para a remodelação das masmorras. Existiam 2 grandes salas que foram subdivididas em quatro parcelas cada. Vós estais na 7, é o seu número da sorte não é? Bem, o seu querido amado Mickael está aqui ao lado, na 8. Uma das minhas características preferidas destas masmorras é o facto de que se ouve tudo de uma masmorra para a outra. Uma forma de tortura bastante eficaz, faz com que aqueles que passam os dias ouvindo os gritos dos outros morrerem de loucura. Bem, eu planeio aplicar essa forma de tortura com o nosso querido Mickael. Antes de começarmos menina Lucy, se você se conseguir libertar das correntes tem o direito de visitar o seu querido Mickael 1 vez por semana e claro que poderá vestir aquele maravilhoso vestido que ali se encontra. Shall we begin?



Mike's POV:
Quando acordei estava escuro e o ar estava fresco. Eu estava acorrentado como um colete-de-forças e estava amordaçado. Uma escrava veio me alimentar, tirando a mordaça e dizendo:
- Por favor não fale, se me quiser dizer algo murmure
- À quanto tempo estou aqui?
- 1 dia se não me engano
- A Lucy?
- Quem?
- A rapariga que estava comigo?
- Sim, já sei. Ela está aqui na sala ao lado, se espreitar por este buraquinho – disse mostrando-me o buraquinho do tamanho do meu punho – consegue vê-la. Não o aconselho a fazer muito isso, pois não vai gostar do que irá ver.
- O quê …?
- Isso já não lhe posso dizer, você terá de ver com os seus próprios olhos. Agora deixe-me alimenta-lo pois você não ira comer nas próximas 12 horas. - e assim terminou o nosso pequeno dialogo quase silencioso.
Passaram-se horas, e eu outra vez amordaçado, quando eu vejo o seu corpo despido mexer-se. Mesmo assim acorrentada era dotada de uma elegância desumana. E os seus olhos, aquelas lindas pérolas cinzentas quase azuis, foram o que me fizeram continuar. Agora, as pérolas que outrora quase alcançavam o azul do céu nunca estiveram tão cinzentas, tão obscuras, como se algo a estivesse a devorar de dentro para fora, um pânico irreal. A luz do sol em breve iluminaria aquela sala e aqueles pormenores que me fugiam em breve estariam revelados. O Mayor entrou na sala, mantendo um diálogo com ela demasiado baixo para eu conseguir ouvir, no entanto conseguia ouvir algumas partes. Remodelação? Tortura? Loucura? Ele está a usa-la para me abater, mas....
*Passados 6 meses*

Phil's POV:
- Phil, desiste. Tu não os consegues trazer de volta, pelo menos a ela não, por favor para de fazer isto a ti próprio, nada vai mudar
- Não, eu não vou abandona-los! Eles são a única família que me resta e ninguém vai-me impedir de passar para o outro lado!! Agora Tânia vai chatear as tuas irmãs e deixa-me em paz!
- Como quiseres, mas depois não venhas reclamar que eu não te avisei – e lá se foi ela, a minha paixão. Dói-me vê-la assim tão stressada, e no fundo ela culpa-me por todas a suas frustrações porque vejamos bem, ela tem razão.
Eu tenho de parar de me culpar, no fundo ninguém tem culpa mas mesmo assim…. Bem, algo que ninguém sabe é que quando nós, os Wolffield, primeiramente viemos para a Floresta Negra, encontramos uma pequena aldeia no meio. Certo dia, quando eu tinha 5 anos sem querer peguei fogo à cama onde me encontrava sentado e foi assim que descobriram que eu tinha herdado puderes, também foi por causa de mim que o resto da aldeia deixou de ser hostil connosco, pois nós eramos “outsiders” que supostamente não sabiam que a magia existia. Bem no fina de contas meu pai ficou muito amigo do chefe da aldeia, Charles Blake, que tinha um filho chamado Paul Blake que era 5 anos mais novo que meu pai. Ora, as coisas pareciam ir bem, a vida era boa, sem stress e eu finalmente pude ver os meus pais serem realmente felizes, pois embora eu ainda fosse um bebé quando eles fugiram eu nunca me esqueci do dia em que nós fomos obrigados a fugir…
O dia em que Jared Wolffield fora nomeado chefe de aldeia foi quando a aldeia foi invadida por lobisomens, cuja única vítima fatal fora Charles… e isto foi à cerca de 10 anos atrás… Também foi à 10 anos atrás que Mike aparecera na aldeia, ferido ligeiramente. Foi também nessa altura que foi criada a teoria, que mais tarde passada para a prática obtivera m único sobrevivente que por causa destes acontecimentos fora raptado junto com o seu amante, deixando para trás o seu “único filho”, eu. Ninguém sabia da existência de Lucyanne e mas suspeitavam de que algo estava errado connosco, que o tirano nos tinha tirado algo precioso e agora os tinha levado a eles.
Passaram-se anos e Paul Blake assumira-se como chefe da aldeia, casando-se com Mary Collins, que mais tarde tivera dois filhos, Matthew e Jack. Mais tarde apareceu um rapaz chamado Ian de que nunca se soube o seu apelido e que ficara como sobrenome Blake.
Bem, nesta aldeia quase todos tinham puderes sobrenaturais, entre ele encontramo-nos eu e a minha irmã, bruxos. Existem vários tipos, o meu é distinguido pelo facto de os meus olhos refletirem o tipo de magia que estou utilizando, se forem vários então irão se espelhar varias cores, Eu consigo controlar todos os quatro elementos, o que me torna exclusivo. A maioria só consegue controlar um dos elementos (agua, ar, fogo e terra). No entanto existem 3 classes, os elementares (baseiam-se no puder dos elementos), os das trevas (que utilizam um puder negro, necessitando de almas para sobreviver) e o sentimental. Este ultimo parece meio piroso mas é o mais raro e poderoso, pois pode utilizar qualquer puder (elementar ou das trevas) sem necessitar de nenhuma forma de energia além da pessoa em si (não necessita de almas, nem de outros fatores como lua cheia, fim de ano, sacrifícios…). Os olhos desses bruxos, ao contrários das outras duas classes, não refletem o tipo de magia a ser utilizado mas sim o tipo de sentimentos que essa pessoa está a sentir, por isso tornam-se uma espécie de bomba relógio pois apesar de serem as criaturas mais poderosas têm uma grande falta de autocontrolo e são facilmente manipuladas. Isto tudo não passa de um mito, pois só existiu uma bruxa, uma bruxa ancestral chamada Lina Ager-Lupos, em toda a história da bruxaria.

Uma única até agora