quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Cap IV - O mito



Cap IV

         Mike’s POV:
         Isto é muito mau sinal… A Lucy já usou demasiada energia esta noite, a orla da floresta está cercada por guardas…
         - Phil, consegues cercar-nos até que distancia?
         - Não muita… eu desleixei-me um pouco em relação à cerca
         - No entanto é a que precisamos mais… Esforça-te o mais que conseguires, eu vou salva-la… já a desiludi demasiado em tão pouco tempo.
         - Não, Mike não! Eu não vou conseguir!!
         - Eu tenho a certeza que sim – e ao dizer isto corri em direção da Lucy, em direção ao sítio onde ela estava imobilizada, indefesa, cercada e a ceder. Lágrimas escorriam-lhe pela face, e esta encontrava-se pálida. Ela mantinha os olhos fechados. Abre os olhos Luu, tu tens que abrir os olhos!!
         - LUUUUUUUU!!!! – Gritei eu, após ter-me desviado dos guardas que estavam na orla da floresta
         - Mike? MIKEEEEE!!!! Salva-me, por favor. – Isto só me fez sentir pior, era como se ela me pedisse para fazer alguma coisa após eu nada ter feito. Estava quase suficientemente perto para puder abraça-la quando ficamos cercados por chamas azuis, um circulo perfeito. Obrigado Philippe. - Mike????
- Lu, eu disse que voltava – disse abraçando-a por trás, ela virou-se na minha direção, e olhando-me nos olhos aproxima-se. O meu corpo foi mais rápido do que eu. Este fora o nosso primeiro beijo, ao Luar entre chamas azuis.
De repente as chamas apagaram-se deixando-nos expostos ao inimigo “fogo Phil….”. Os guardas que outrora estavam a cercar a orla da floresta estavam a cercar-me a mim e à Lucy.
- Vejam só quem decidiu aparecer, o bastardo dos Rowswell. Agora irás voltar para o sítio de onde nunca devias ter saído em primeiro lugar.
- Mike, de que é que ele está a falar? – Perguntou-me Lucy. Ela não devia descobrir desta maneira… especialmente por aquele filho da mãe… - Mike responde-me!!! – e eu simplesmente mantinha-me calado, nada conseguia dizer. Ela não podia saber!
- Minha querida Lucyanne, eu irei-lhe contar tudo ao pormenor, eu estive lá e ninguém sabe melhor o que aconteceu do que eu, não é verdade Mickael? – disse o Mayor. Como eu desprezava aquele homem
- Nunca mais se atreva a me chamar isso, esse nome nojento só trouxe infelicidade à aqueles que o rodeavam
- Ui, não sabia que tinhas tanta raiva ao nome de teu pai Mickael Rowswell. – Retaliou o Mayor. Isto não estava certo, a minha Lucy não devia ter conhecimento disto da boca daquele grandessíssimo ************** (asteriscos ao calhas xD). – Mas nós iremos ter muito tempo para falar sobre esses assuntos enquanto vocês estiverem dentro. Agora se fazem o favor, guardas lev…. – o Mayor fora interrompido por pequenas explosões no ar, libertando fumo. Phil, you are a genius!! Agarrei a mão de Lucy e puxei-a na direção da floresta. Aqui vamos nós!

Lucy’s POV:
De repente começaram a pequenas explosões no ar, deixando tudo fumarento. Mike agarrou-me a mão e puxou-me em direção à floresta, com um sorriso estúpido na cara… Damn, como eu amava aquele sorriso…
Comecei a avistar uma figura na orla da floresta, e no preciso momento em que ele nos olhou os seus olhos brilharam. Naquela silhueta escura a única coisa bem nítida eram os seus olhos, que brilhavam em duas cores: laranja avermelhado e cinzento azulado. Havia algo naqueles olhos que me era familiar, e no preciso momento em que este me olhou, sorrio. Um sorriso tão quente e aconchegante, demasiado dócil e familiar, provocando um sorriso igualmente dócil surgir nos meus lábios… E ao penetrar na floresta fui contra uma parede invisível, no entanto sólida. O sorriso que outrora se encontrava nos meus lábios agora se tinha extinguido. E aquele que outrora segurava a minha mão continuou seguindo em frente.
- Phil, consegues tirar-nos daqui depressa - Perguntou Mike a este desconhecido-familiar que se encontrava agora na sua frente. Phil? Espera aí um instante… Philippe?
- Phi…Philippe? – Perguntei eu, mantendo uma mão apoiada na parede invisível. Ambos olharam para mim de forma repentina, surpreendidos – provavelmente estou a alucinar, não é verdade? Eu sou a ultima Wolffield viva, eu não fiz uma casa explodir em chamas, um círculo de fogo não apareceu miraculosamente à minha volta, o Mike nunca me beijou e eu não estou contra uma espécie de parece de ar, não é verdade? Is-isto só pode ser um sonho, eu devo estar inconsciente no meio da floresta prestes a ser devorada por sei lá o quê, não é verdade? Isto não está a acontecer…
 - Espera aí, disseste parede invisível? Oh shit, Mike, ela está presa do outro lado, é tarde demais… – disse Philippe, o meu irmão
- Não, não, não, não… não pode ser!! Simplesmente porque não!!! Ela tem de vir comigo, connosco para lá!!! Isto não era suposto estar a acontecer! Tens a certeza que não há outra forma de a reaver? – Eles começar a discutir como se eu não estivesse aqui… sobre algo que eu não faço a mínima do que é…
- Existe outra forma, mas é apenas uma teoria. Nunca ninguém conseguiu executa-la… e quem tentou, acabou em cinzas. Exceto 1, o criador dessa teoria – retorquiu Philippe. Nesse preciso momento apareceu alguém por detrás de mim agarrou-me, puxando-me na direção contraria à da floresta. Dei-lhe uma cotovelada sei la eu onde, o que fez com que eu caísse no chão. Rastejei o mais longe que pude, e quando olhei para trás o homem estava em chamas, e os olhos do meu irmão estavam da mesma cor do fogo ardente. Mike correu na minha direção, puxando-me para ele e abraçando-me.
- O que será de mim sem ti? – Sussurrou no meu ouvido
- Se não gostas desse cenário, existem sempre outras alternativas para evitar que isso aconteça – respondi. Eu não fazia a mínima ideia do que estava dizendo, só tinha esperanças de que ele soubesse.
- A partir de agora podes ter a certeza de que não te vou largar – And once again it all turned black.
…………
Quando abri os olhos estava escuro e frio, por isso encolhi-me. Acontece que eu não podia-me encolher, pois os meus braços e pernas estavam acorrentados às paredes e as minhas roupas tinham desaparecido. Por ironia estava um vestido extremamente confortável dobrado em cima da cama que se encontrava a cerca de 1m de mim. Eu estava acorrentada numa parede, nua e acorrentada. A porta abriu-se e o Mayor entrou.
- Como está a nossa menina Lucy – Disse o Mayor de forma nojenta aproximando-se
- Não se aproxime!!!
- Porque minha linda? Vós tenhais um corpo tão esbelto, é quase impossível resistir ao seu toque
- Não!!!
- Lucyanne, tenho uma coisa para vos contar. A principal razão pela qual vós tenhais saído da cave 2 anos atrás foi para a remodelação das masmorras. Existiam 2 grandes salas que foram subdivididas em quatro parcelas cada. Vós estais na 7, é o seu número da sorte não é? Bem, o seu querido amado Mickael está aqui ao lado, na 8. Uma das minhas características preferidas destas masmorras é o facto de que se ouve tudo de uma masmorra para a outra. Uma forma de tortura bastante eficaz, faz com que aqueles que passam os dias ouvindo os gritos dos outros morrerem de loucura. Bem, eu planeio aplicar essa forma de tortura com o nosso querido Mickael. Antes de começarmos menina Lucy, se você se conseguir libertar das correntes tem o direito de visitar o seu querido Mickael 1 vez por semana e claro que poderá vestir aquele maravilhoso vestido que ali se encontra. Shall we begin?



Mike's POV:
Quando acordei estava escuro e o ar estava fresco. Eu estava acorrentado como um colete-de-forças e estava amordaçado. Uma escrava veio me alimentar, tirando a mordaça e dizendo:
- Por favor não fale, se me quiser dizer algo murmure
- À quanto tempo estou aqui?
- 1 dia se não me engano
- A Lucy?
- Quem?
- A rapariga que estava comigo?
- Sim, já sei. Ela está aqui na sala ao lado, se espreitar por este buraquinho – disse mostrando-me o buraquinho do tamanho do meu punho – consegue vê-la. Não o aconselho a fazer muito isso, pois não vai gostar do que irá ver.
- O quê …?
- Isso já não lhe posso dizer, você terá de ver com os seus próprios olhos. Agora deixe-me alimenta-lo pois você não ira comer nas próximas 12 horas. - e assim terminou o nosso pequeno dialogo quase silencioso.
Passaram-se horas, e eu outra vez amordaçado, quando eu vejo o seu corpo despido mexer-se. Mesmo assim acorrentada era dotada de uma elegância desumana. E os seus olhos, aquelas lindas pérolas cinzentas quase azuis, foram o que me fizeram continuar. Agora, as pérolas que outrora quase alcançavam o azul do céu nunca estiveram tão cinzentas, tão obscuras, como se algo a estivesse a devorar de dentro para fora, um pânico irreal. A luz do sol em breve iluminaria aquela sala e aqueles pormenores que me fugiam em breve estariam revelados. O Mayor entrou na sala, mantendo um diálogo com ela demasiado baixo para eu conseguir ouvir, no entanto conseguia ouvir algumas partes. Remodelação? Tortura? Loucura? Ele está a usa-la para me abater, mas....
*Passados 6 meses*

Phil's POV:
- Phil, desiste. Tu não os consegues trazer de volta, pelo menos a ela não, por favor para de fazer isto a ti próprio, nada vai mudar
- Não, eu não vou abandona-los! Eles são a única família que me resta e ninguém vai-me impedir de passar para o outro lado!! Agora Tânia vai chatear as tuas irmãs e deixa-me em paz!
- Como quiseres, mas depois não venhas reclamar que eu não te avisei – e lá se foi ela, a minha paixão. Dói-me vê-la assim tão stressada, e no fundo ela culpa-me por todas a suas frustrações porque vejamos bem, ela tem razão.
Eu tenho de parar de me culpar, no fundo ninguém tem culpa mas mesmo assim…. Bem, algo que ninguém sabe é que quando nós, os Wolffield, primeiramente viemos para a Floresta Negra, encontramos uma pequena aldeia no meio. Certo dia, quando eu tinha 5 anos sem querer peguei fogo à cama onde me encontrava sentado e foi assim que descobriram que eu tinha herdado puderes, também foi por causa de mim que o resto da aldeia deixou de ser hostil connosco, pois nós eramos “outsiders” que supostamente não sabiam que a magia existia. Bem no fina de contas meu pai ficou muito amigo do chefe da aldeia, Charles Blake, que tinha um filho chamado Paul Blake que era 5 anos mais novo que meu pai. Ora, as coisas pareciam ir bem, a vida era boa, sem stress e eu finalmente pude ver os meus pais serem realmente felizes, pois embora eu ainda fosse um bebé quando eles fugiram eu nunca me esqueci do dia em que nós fomos obrigados a fugir…
O dia em que Jared Wolffield fora nomeado chefe de aldeia foi quando a aldeia foi invadida por lobisomens, cuja única vítima fatal fora Charles… e isto foi à cerca de 10 anos atrás… Também foi à 10 anos atrás que Mike aparecera na aldeia, ferido ligeiramente. Foi também nessa altura que foi criada a teoria, que mais tarde passada para a prática obtivera m único sobrevivente que por causa destes acontecimentos fora raptado junto com o seu amante, deixando para trás o seu “único filho”, eu. Ninguém sabia da existência de Lucyanne e mas suspeitavam de que algo estava errado connosco, que o tirano nos tinha tirado algo precioso e agora os tinha levado a eles.
Passaram-se anos e Paul Blake assumira-se como chefe da aldeia, casando-se com Mary Collins, que mais tarde tivera dois filhos, Matthew e Jack. Mais tarde apareceu um rapaz chamado Ian de que nunca se soube o seu apelido e que ficara como sobrenome Blake.
Bem, nesta aldeia quase todos tinham puderes sobrenaturais, entre ele encontramo-nos eu e a minha irmã, bruxos. Existem vários tipos, o meu é distinguido pelo facto de os meus olhos refletirem o tipo de magia que estou utilizando, se forem vários então irão se espelhar varias cores, Eu consigo controlar todos os quatro elementos, o que me torna exclusivo. A maioria só consegue controlar um dos elementos (agua, ar, fogo e terra). No entanto existem 3 classes, os elementares (baseiam-se no puder dos elementos), os das trevas (que utilizam um puder negro, necessitando de almas para sobreviver) e o sentimental. Este ultimo parece meio piroso mas é o mais raro e poderoso, pois pode utilizar qualquer puder (elementar ou das trevas) sem necessitar de nenhuma forma de energia além da pessoa em si (não necessita de almas, nem de outros fatores como lua cheia, fim de ano, sacrifícios…). Os olhos desses bruxos, ao contrários das outras duas classes, não refletem o tipo de magia a ser utilizado mas sim o tipo de sentimentos que essa pessoa está a sentir, por isso tornam-se uma espécie de bomba relógio pois apesar de serem as criaturas mais poderosas têm uma grande falta de autocontrolo e são facilmente manipuladas. Isto tudo não passa de um mito, pois só existiu uma bruxa, uma bruxa ancestral chamada Lina Ager-Lupos, em toda a história da bruxaria.

Uma única até agora

sábado, 13 de julho de 2013

Cap III




          Lucy’s POV:
- E agora? E agora o que faço?! – Choramingava comigo mesma – que fui eu fazer?! – Parei de andar, não fazia sentido embrenhar-me mais na floresta, eles nunca viriam até onde me encontrava. Deixei-me cair, também não fazia sentido continuar de pé. Desde que era pequena tinha um medo terrível do escuro, o que se acravou quando me fecharam na cave durante tantos anos. Agora encontrava-me na escuridão absoluta, no meio de uma floresta selvagem, cheia de seres noturnos que eu desconhecia, e apesar disso não sentia absolutamente nada. Nada… De repente ouve-se um ramo partir-se, como se pisado. Viro a cabeça na direção do barulho na esperança de ver alguma coisa, mas naquela escuridão nada via a não ser o que o brilho da lua iluminava.
            E esta lua, tão grande, magnifica e esplendida, sendo associada ao amor por uns e à solidão por outros. Tudo isto se fundamenta no facto de que em qualquer momento ao olhar para ela sentimos o que queremos sentir. Se nos sentirmos apaixonados iremos associa-la ao amor, mas por outro lado se nos sentirmos sós e abandonados, só iremos piorar, desgastando o que resta do nosso ser.
            Fiquei muito tempo a olhar para ela, revivendo as memorias que eu tanto queria esquecer, aquelas que eu julgava já ter esquecido, daqueles anos de tortura e solidão. Começa a chover no preciso momento em que eu tento parar as memórias. Só naquele momento me apercebi da magnitude daquele astro, daquela Lua sem outra igual e que embora pareça tão perto, está tão longe, descoberta numa frecha num teto feito das ramagens de árvores sombrias. Então, só naquele momento me apercebi que numa das árvores estava recortada a forma de uma casa… Já tinha ouvido falar neste tipo de construções, mas nunca tinha visto uma. Decidi então ver como ela era mais de perto, levantei-me e corri na sua direção.
            A casa estava longe, e por mais que corresse parecia que ela mais se afastava, até ao momento em que me embaraço numas cordas que parecem ser uma espécie de escada. Subi e deparei-me com uma espécie de posto de vigilância, só que não estava lá ninguém. Era o que pensava eu.
            - Obrigada Lua, por me fazeres encontrar um abrigo – Murmurei em direção à Lua, tão longinquamente perto e proximamente longe. Ouvi um pequeno barulho, mas supus que se tratava de algum animal que estava por aqui. Mesmo assim decidi averiguar a instalação. Dirigi-me para a porta e ao abri-la, ela fez um tremendo rangido.
            - Está aqui alg… - Perguntei, sendo interrompida por alguém que me tinha agarrado por trás, e me encostado uma faca ao pescoço. Tinha-me agarrado os dois braços com uma mão, forçando-me a ficar encostada a ele e a outra mão mantinha a faca encontrada ao meu pescoço.
            - Quem és tu? – Perguntou-me uma voz masculina
            - hum… - gemi, pois ele estava a segurar-me com muita força, mas isso apenas fez com que me segura-se com mais.
            - Quem és tu?! – Repetiu
            - Lucyanne Wolffield – respondi-lhe eu, ao falar senti a faca a cortar me um pouco da pele e sentia que um pouco de sangue estava a me escorrer pelo pescoço. Ele apercebeu-se disso
            - Desculpa – murmurou, quase não dando para ouvir e diminuio na força – Wolffield dizes tu. Hum… esse nome não me é estranho. – Continuou baixinho, mas desta vez parecia que estava a falar consigo próprio – Que fazes aqui?
            - Procuro abrigo, pois fugi de casa – estava a começar a ganhar confiança nele, pois a sua aura era me familiar
            - Não devias ter fugido de casa, e muito menos entrado na Floresta – disse me num tom mais acolhedora, mas sem nunca me soltar – se não fosse eu quem estava aqui já estarias morta – sussurrou-me ao ouvido, e com isto soltou-me.
             - Tu és me familiar – disse antes de me voltar para ele. Ao olhar melhor vi que ele tinha uma cicatriz na cara que passava pelo olho. Sem me aperceber aproximei-me e passei um dedo por ela. Ele era loiro, alto, robusto, olhos esverdeados mas com um ar tão familiar, como se eu já o conhecesse desde sempre.
            - Lembraste de mim? Como é possível? Eras apenas uma criancinha quando eu…
            - Quando tu fugiste da cave em direção a esta floresta – interrompi
            - Eu não te cria deixar sozinha nas mãos daquele… mas não havia nada que eu pudesse fazer
            - Tu prometes-te me que me irias libertar, mas passaram-se 10 anos após a tua fuga e nada. – Disse-lhe olhando-o nos olhos, com lagrimas nos olhos. – Eu senti tanto a tua falta – as lagrimas escaparam-me, baixei a cabeça. Ele agarrou-me numa mão e puxou-me na sua direção, abraçando-me com força. Eu, em resposta passo os braços à volta do seu pescoço e puxo-o para mim. Não quero ter de me separar dele outra vez.
            - Eu também senti a tua falta, Anne
            - Não me comeces a chamar Anne outra vez, Mike
            - Lu, tens de voltar à vila
            - Porquê? Para voltar aquela cave maldita?!
            - O teu avô deve estar preocupado contigo
            - Ele morreu, fugi no funeral, pois o Mayor quer me voltar a por lá dentro. Logo no momento em que eu já estava a me habituar à liberdade
            - Foste libertada?
            - Sim, à 2 anos, mas após a morte do meu avô eu tenho de ficar com o Major. Este quer que eu volte à cave, mas com uns extras… Eu não quero!!! – Disse, apertando-o mais
            - Vais me sufocar Lu!! Eu também não te queria deixar ir mas tem de ser, espera por mim que eu irei-te salvar. Um dia. Apenas espera. – Disse ele, libertando-se do meu abraço apertado-E agora uma pequena lembrança – continuou, aproximando a sua cara da minha, dando-me um beijo na bochecha. – Agora vai, antes que eu me arrependa.
            - Mas, como é que eu vou?
            - Se reparares, algumas arvore têm uma folhagem prateada, orienta-te por elas
            - Obrigada Mickael!
            - Não voltes a chamar isso
            E assim lá fui eu, para o último sitio onde devia ir, na direção contraria a onde deveria estar…

            Mike’s POV:
            Como pude deixa-la escapar-me por entre os dedos outra vez? Mesmo sabendo que provavelmente não a poderei salvar, mandei-a ir, e o pior é que ela sabe mas não quer acreditar… Mas, como pôde ela ter vindo até aqui, quase nas profundezas da Floresta, sem ser morta por algum dos seres que nela vagueiam? Será que ela é um deles?
(Flashback)
            Quando eu vim para a Floresta, a única coisa que me passava na cabeça era fugir, fugir da cave o mais depressa que podia. Quando senti que já estava em segurança, já longe do alcance daquele que me mantivera em cativeiro, ouvi os gritos de Lucy. Parecia que estava a ser torturada, talvez para descobrirem onde eu estava, para onde eu tinha fugido. Ela no início gritava “não” e “nunca” de uma forma agressiva, como se fosse apenas uma resposta, sem traços de dor na sua voz. Após esses primeiros gritos, surgiram outros, mas esses já eram de puro sofrimento. Suponho que este seja um dos principais motivos para que a Lucy odeie tanto a cave. Sentia-me e ainda me sinto responsável por ter causado todo esse sofrimento à Lucy.
Bem, eu corri o mais que pude, a tentar fugir do som quando o meu pé fica preso numa armadilha. Passaram-se algumas horas, os gritos de Lucy haviam cessado e eu ainda me encontrava preso sem esperança de fuga. De repente oiço uns barulhos vindos de uns arbustos e só penso “este é o meu fim”, fecho os olhos e fico à espera, até que oiço uma voz dizer “ohh, e eu que queria tanto comer urso ao jantar”. O homem a quem pertencia a voz aproximou-se de mim e começou a me libertar a perna, mas nesse preciso momento uma espécie de urso salta para cima de nós, e eu puxei o homem, de forma a que ele ficasse no chão, fora da trajetória do urso. Assim o urso veio direitinho a mim, passando a pata na minha cara, fazendo a cicatriz que eu tenho hoje. o urso não fez mais do que isso, pois o homem ,que não tinha caído no sitio onde eu pretendia, trespassara-o com uma espada de aspeto surreal, emitindo uma luz avermelhada conforme ia trespassando-o.
- Miúdo, estás bem? – Perguntou-me com um tom agitado. Ao ver a minha ferida no rosto rasgou um pedaço da camisa que usava, dobrou-o e deu-me – Faz pressão. Isso deve dar-nos tempo para chegarmos lá. – Depois virou-se para trás e gritou – PHILIPE, vem aqui! Ajuda este nosso amigo a chegar inteiro à aldeia. Eu vou levar o nosso jantar.
Philippe era um rapazinho com cerca de 9 anos, eu tinha 12. Era muito forte para a idade e ajudou-me a chegar à tal aclamada aldeia. Não deve ter sido trabalho fácil, pois alem de cambado eu não podia ver com o olho esquerdo.
- Bem, como já deves ter percebido sou o Philippe, mas podes tratar-me por Phil. Aquele ali é o John. E tu como te chamas?
- Eu sou o Mike, Mike Collins. Para onde vamos?
- Já vais ver, estamos quase a chegar.
Quando chegámos ao portão, uma voz perguntou:
- quem vem aí?
- Jack, abre o portão se quiseres jantar
- Menino Philippe e Sr. John já chegaram!! Abram o portão!! – gritou Jack, e o portão abriu-se, estado uma figura feminina à espera.
- Mãããeee……
- Phil, quantas vezes é que eu já te disse que não podes sair sem pedir permissão primeiro? –e ao olhar para mim disse - E o que aconteceu a este nosso amigo? Bem vou leva-lo para o hospital, tu vai ajudar o teu tio a trazer o urso.
- Olá…… Chamo-me Mike Collins
- poupa a tua força, vai precisar dela. Contas-me o que aconteceu depois , ok?
- ok. – E assim ela pegou-me ao colo e levou-me para o tal hospital.
E assim foi como eu conheci Elena Wolffield, Philippe Wolffield e John Rowswell.
Lucy’s POV:
Segui as instruções de Mike e voltei à vila sem problema. Quando eu voltar para a casa, o Mayor vai me trancar na cave por isso pensei em passar pela casa de Chris, e assim fiz. Trepei pela parte de trás do edifício, onde tinha as pedras mais salientes e entrei facilmente no quarto de Chris, pois a janela deste estava aberta. O quarto estava vazio, como se ninguém tivesse vivido ali, com a exceção de uma carta que estava no centro do quarto vazio. Nela estava escrito:
“Querida Lucyanne,
Se estais a ler isto, eu estava certo quanto ao facto de que você viria à minha procura e deve estar a se questionar o porque de a minha casa estar vazia.
Desde o momento em que nasci, os meus pais arranjaram-me um casamento com uma nobreza de Áustria. O casamento será 2 meses depois de eu chegar lá. Os meus pais ao verem que eu estava a ficar muito próximo de si, tiveram medo que eu fosse ao teu avô pedir a tua mão, e fizeram com que o casamente fosse antecipado.
Desculpe não a ter avisado antes mas acontece que quando eu ia ter consigo, o Mayor fez com se enervasse e fugisse para a Floresta Negra.
Eu deixei Ends Ville logo após o funeral.

Com as mais sinceras desculpas
Christian Campbell“  
           
            - Não……… Porquê que todos aqueles que eu amo me deixam para trás?! Porquê?!
            - creio que isso se deva ao facto de que eles não a amam verdadeiramente, menina Lucy. – disse uma voz atrás de mim, a voz do Mayor. – GUARDAS! Levem-na para a masmorra*.
*a cave é uma masmorra, mas quando falam na masmorra dizem cave, porque é uma forma mais leve de se referirem à masmorra

            Mike’s POV:
            -Hey Mike, hora de troca de turno – disse Philippe – o que se passou para estares nesse estado? Um urso veio cá a cima?
            - Pior. A tua irmã.
            - A Lucy? O que é que ela tem?
            - Ela veio cá a cima e…
            - E…?
            - E eu mandei-a de volta para aquela maldita masmorra!
            - Nós estivemos estes anos todos à espera que ela entrasse na floresta e tu mandas ela voltar para lá?! O que é que raio se passa contigo?! – Gritou-me Philippe
            - Eu só não quero que ela tenha de passar por tudo aquilo que…
            - Que os seres sobrenaturais, neste caso bruxas têm de passar.
            - Ela é a última pessoa que devia passar por isso… Eu é que devia sofrer, não ela!
            - Hey! Tens consciência que o mayor sabe de tudo, não sabes? Tu fazes a mínima ideia do que vai acontecer-lhe se ele lhe mete as mãos em cima?!!!
            - Fica aqui! Eu vou ver se consigo remediar a situação.
            - Tu nem penses que eu vou te deixar ir sozinho!
            - Tu não consegues passar a barreira, eu consigo! Ninguém naquela maldita aldeia consegue! Eu sou o único ser que não tem a porcaria desse sangue! Ela é diferente, ela…
            - Tem o mesmo sangue que eu… eu percebo-te. Ela ainda não exerce, não sabe de nada. Só aqueles que têm conhecimento da magia e que conseguem contrala-la estam presos na floresta. Vai, estamos a perder tempo aqui a discutir. Eu vou contigo até a fronteira.
            - Vamos!!!

            Lucy’s POV:

            - Para quê resistir se já perdeste tudo aquilo que amavas? Os teus pais, o teu irmão, o Christian, o teu avô… até já te perdeste a ti própria… para onde fugirás? Para a pança de um urso?
            - Você está errado! Ainda existe uma pessoa que não me abandonou
            - Não me digas que te estás a referir aquele rapazinho que fugio à 10 anos atrás. Esse é o pior deles todos. Esse abandonou-te sem pensar duas vezes, tornou o teu amor em puro sufrimento!
            - Eu não admito que fale assim do meu Miki!! – e assim ouve uma enorme explosão, a casa ficou em chamas e eu saltei pela janela, em direção à floresta, mas a orla da floresta estava cheia de soldados. Não existia nenhuma forma de fuga possível, este era o meu fim..
            - LUUUUUUUU!!!!
            - Mike? MIKEEEEE!!!! Salva-me, por favor. – de repente fica quente, abro os olhos e estou dentro de um circulo de chamas azuis – Mike????
            - Lu, eu disse que voltava – disse Mike à minha trás abraçando-me. No momento em que me viro, olho-o nos olhos e vou-me aproximando a minha cara da sua. Ele percebe a minha intensão e é mais rápido do que eu.
            Este fora o meu primeiro beijo, ao Luar entre chamas azuis.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------  Desculpem o facto de eu ter demorado quase um mês a escrever isto, mas para compensar tem o dobro. 
Espero que estejam a gostar, pois eu escrevo isto para alguma coisa :P
Bem.... 1º beijo da Lucy, n tavas à espera xD
Eu tinha de pôr um Cap no dia mundial do Rock.... Love it!!!

Got to keep going
KS

sábado, 8 de junho de 2013

Personagens


Personagens:


*Lucyanne Wolffield:


Fisico: altura -1,60m, nada bronzeada, cabelo liso castanho mel-caramelo, olhos grandes camaleão (normalmente são cinzentos) , rosto delicado, rubusta,

Psicologico: simpatica, inocente, perspicaz, ironica, respondona, selvagem, indomavel,  direta, inteligente, leal


Data de nascimento: 26/11/1098

1ª Apariçao: Cap I

Estado civil: Solteira

Estado: Viva


Igual à mãe, exepto os olhos, o cabelo e alguma personalidade


*Jared Wolffield:


Fisicamente: altura-1,80, ligeiramente bronzeado, cabelo  castanho escuro liso, olhos castanhos escuros, cara ligeiramente retangular, rubusto.

Psicologico: literal,resmungão, protetor, agressivo, perspicáz, leal


Data de nascimento: 14/05/10??

1º Aparecição: Cap I

Estado Civil:Casado

Estado: Desaparecido (Missing)


*Elena Rowswell/Wolffield:


Fisico: altura-1,65m, nada bronzeada/branquinha, cabelo encaracolado castanho escuro, olhos camaleao (mas normalmente são castanho-esverdeado), rosto delicado, rubusta

Psicologico: doce, simpatica, amavel, ignorante, direta, inocente, leal


Data de nascimento:07/07/10??

1ª Aparição: CapI

Estado Civil: Casado

Estado: Desaparecido (Missing)


*Richard Rowswell


Fisico: altura-1,75, nada bronzeado, cabelo branco encaracolado, olhos cinzentos, rosto delicado (e tem uns tiques meios gays)

Psicologico: inteligente, arrogante, nariz-empinado, etc(sinonimos)


Data de nascimento: desconhecida

1ª aparição: CapI

Estado civil: Viuvo/nenhum

Estado: Morto


*Mayor/cavaleiro (nem tem direito a nome, o coitado xD)


Fisico: altura-1,70, bronzeado, cabelo encaraculado preto, gordo, olhos pretos, rosto um pouco deformado por causa dos anos em que foi cavaleiro,

Psicologico: não se sabe muito, pedofilo e arrogante, brutamontes


Data de nascimento: desconhecida

1ª aparição: Cap I

Estado Civil: Solteiro

Estado: Vivinho da Silva


*Christian Campbell (originalmente Christopher)


Fisico: altura-1,69m, nada bronzeado, cabelo ondulado loiro, olhos verdes azulados, rosto ligeiramente retangular,

Psico: simpatico, cavalheiro, honroso, inocente, ignorante, puro, influenciavel, afavel, manipulavel, amavel, leal


Data de nascimento: 23/5/1094

1ªaparição: CapII

Estado civil: Solteiro

Estado:Vivo


*Joseft Wolffield


Fisico: Igual a Jared

Psico: Extremamente conservador, mas a cima de tudo leal. muito semelhante a Jared


Data de Nascimento:24/03/10??

1ª aparição - None - apenas foi referenciado

Estado civil - Casado/nenhum

Estado- Morto


*Mike Collins


Fisico: altura-1,75m, cabelo loiro liso, olhos esverdeados, rubusto, formoso, bronzeadinho, fofo, forte

Psico: Teimoso, irritante, malvado (in the good way/ pervert way), amoroso, inteligente,

 

Data de Nascimento: 09/01/1094

1ª aparição - Cap III

Estado civil: Solteiro

Estado - Vivo 

*Philippe Wolffield

Fisico: 1,70, cabelo castanho encaracolado, muito pouco bronzeado, olhos camaleão (normalmente castanho avermelhado), rubusto, forte

Psico: brincalhão, inteligente, manipulador, simpatico, perpicaz, direto, amoroso, protetor, leal, honesto,

Data de nascimento: 27/01/1097

1ª aparição: CapIII (capI citação)

Estado civil: ? Desconhecido?

Estado: Vivo

 

*John Rowswell

Fisico: 1,68m, bronzeado, cabelo castanho escuro encaracolado, olhos azuis aqua, rubusto, forte

Psico: simpatico, protetor, generoso, leal,

Data de Nascimento: 04/10/10??

1ª aparição: CapIII

Estado Civil: Casado

Estado: Vivo


Dêem me ideias, que daqui a pedaço já deito fumo xD

I'm out


terça-feira, 28 de maio de 2013

Cap II - O início

Lucy POV:
Bem, estou muito determinada em descobrir a minha verdadeira história, pois eu não acredito naquela que me foi contada.
A história é que uma rapariga muito jovem cedeu à tentação antes do casamento e engravidou. O pai da criança tinha ido para a guerra e desaparecido por isso a única solução para ela era se livrar do bebé, deixando-o na porta do orfanato com um bilhete com o meu nome e data de nascimento. Acontece que quando ela estava a se ir embora foi vista por um homem que a identificou como sendo Elena Rowswell, filha única do dono do orfanato, esta nunca mais fora vista e pensa-se que se encontra morta. Ela era a amante de Jared Wolffield, que morrera em combate (supostamente). Eu não acredito nessa história.
O dono do orfanato, meu avô, chama-se Richard Rowswell e ele disse para nunca me preocupar em descobrir os meus pais, pois eles abandonaram-me e não quereriam saber de mim. Existem muitos rumores sobre o triunfo de Wolffield na conquista da sua amada e no seu amor proibido. Um deles é que eles eram perseguidos por um homem muito poderoso e esconderam-se cá em “Ends Ville”, cá eles tiveram um filho, que adoecera e morrera e depois tiveram uma filha. O tal homem descobriu onde estavam escondidos e eles fugiram para a Floresta Negra, deixando a filha para trás, e pensa-se que estão mortos pois quem entra na Floresta nunca chega a voltar. Diz-se que os seus espíritos amaldiçoaram a Floresta e há desaparecimentos regulares, como se fosse a forma pela qual eles se vingavam de terem ser impedidos de se amarem, nesse que é chamado o amor proibido.
Hoje faço 18 anos, o que quer dizer que já me posso casar segundo meu avô. Tenho um namorado secreto, pois não me é permitido ter namorados, ele chama-se Christian Campbell. Eu e ele andamos em busca da verdadeira versão da história, por isso hoje vamos entrar na casa do Mayor da vila para ir à sala do arquivo.
- Chris, não pudemos demorar muito, pois eu tenho de me encontrar com meu avô para o chá
- Não se preocupe, quase que não demoraremos nada. Eu nunca deixaria a minha donzela ficar mal, além disso eu também tenho os meus compromissos – respondeu-me ele. Adoro quando utiliza a palavra “minha” quando me elogia, faz-me sentir que, pelo menos, alguém ainda se importa comigo, ele é o único que nunca me abandonou. Respondi-lhe com um olhar, aquele tipo de olhar que vale mais que as palavras. Agora já não podemos fazer barulho, estamos já quase na casa do Mayor. Chris foi à frente, ver se o caminho estava livre, e eu segui-o um pouco distante. Será que os meus pais podem estar vivos? Será que eles não entraram completamente na floresta e fugiram? Quem será o homem poderoso que os perseguia? Será que eles abandonaram-me mesmo? Qual é a minha verdadeira história? Porque é que quando coisas estranhas acontecem, eu sinto-me diferente? Será que lá estão todas as minhas respostas? A minha vida foi sempre vivida na incerteza do meu passado e no meu receio pelo futuro. Vivi enclausurada durante 14 anos, a me questionar e agora existia a chance, embora pequena, de eu obter todas as minhas respostas, de saber tudo, ao lado de quem amo.
- Lucy, avançai! Se vos afastardes muito perder-vos-ei e vos podereis ser apanhada pelos guardas rotineiros – e assim despertei da minha fantasia, do meu maior sonho: descobrir quem são os meus pais.
- Não precisa de se preocupar comigo, eu conheço esta casa como a palma da minha mão. Passei aqui os meus primeiros anos, antes de…
- Antes da cave… Eu percebo. Vem aí alguém!
- Bem, não está aqui ninguém… Pensei ter ouvido vozes vir deste lado – disse o guarda. Que sorte ele não nos ter visto… - Bem, acho que se for descansar um bocadinho ninguém vai sentir a minha falta… esta vila nem roubos tem, quanto mais assaltantes… a sala dos arquivos parece ser perfeita para dormir um bom sono… - e assim encaminhou-se para lá em passo apressado
Isto não podia correr pior… Mas será que ele não tinha outro lugar para ir descansar? Tinha mesmo de ser na única sala em que  nós precisávamos de ir?!
- Bem, Lucy estai disposta a esperar aqui enquanto eu vou buscar o seu arquivo? – Sussurra-me Chris
- Não! Eu não vim aqui para depois desistir e deixar-vos fazer o trabalho todo, eu também irei. – Então, dito isto, fomos para a sala de arquivo em bicos de pés. Relaxamos um bocadinho quando ouvimos os ressonar suave do guarda, que belo dia para dormir… Ao abrir a gaveta, fez-se um leve som estridente, a gaveta estava perra. O guarda virara-se no chão, onde dormitava, mas não acordara. Olhei de volta à gaveta e vi uma pasta com o nome Wolffield, Lucyanne. Bloquei, todas as respostas estavam nas minhas mãos, só me vêm lagrimas aos olhos e foi assim que tudo escureceu.
Chris POV:
            - Lucy, já encontrou alguma coisa? – Disse olhando para o lado, mesmo a tempo de vê-la desmaiar. Consegui ampará-la, e reparei que ela tinha o seu ficheiro na mão. Será que ela viu algo muito perturbante? Só consigo pensar em tira-la daqui. Vou pousa-la no chão, fechar as gavetas e sair daqui o mais depressa possível. Como isto foi acontecer… Bem está ali a igreja, posso-me esconder lá até ela acordar…
Lucy POV:
            - Hum… o que é aconteceu? – A última coisa de que me lembro é de ter encontrado o meu ficheiro e depois, bem… mas como é que eu cheguei ao jardim atrás da igreja?
            - Desmaiou quando encontrou o seu ficheiro e eu pensei que isso tenha acontecido porque vós tivestes visto algo muito perturbante, por isso eu li e reli tudo, mas não encontrei nada que possa ter causado o seu colapso.
            - Bem, eu desmaiei pois era tanta a minha alegria de ter finalmente as respostas nas minhas mãos, e agora estraguei tudo e não sei nada……
            - Não é bem assim – disse Chris, passando-me três ficheiros, o meu, o de Elena Wolffield e o de Jared Wolffield – após o casamento, todos vós tínheis o mesmo apelido, o que facilitou um pouco a tarefa de busca, havia mais um ficheiro com o apelido Wolffield, mas estava em muito más condições, por isso não tenho a certeza de que seja Wolffield. Neste momento falta meia hora para o chá de seu avô por isso despache-se a ler os ficheiros que depois tenho de voltar a pô-los lá, na sala de arquivo.
            - Não se preocupe, eu não demorarei muito. Agora se me dá licença, irei para ali.
Após quarenta e cinco minutos
       Nem acredito que me deixei levar pela leitura, agora irei chegar tarde ao chá e meu avô me irá perguntar onde estive, mas em comparação ao que eu descobri isso não é nada. Aquele monstro, como pode ele perseguir os meus pais, obrigando-os a vender-me em troca da sua liberdade… e como puderam eles aceitar tal troca sem qualquer hesitação… cheguei a casa de meu avô… vejamos o que ele me tem a dizer…
            - Desculpe o atraso, avô. Eu distraí-me com as horas quando estava a dar um passeio e… Avô? Avô? Onde está? Responda-me por favor! Ó meu Deus… ALGUEM QUE ME AJUDE! POR FAVOR! ALGUE… - o meu avô está no chão, será que morreu? Por favor meu deus, não permita que isto aconteça… por favor NÃO!
             - Menina Lucy, ouvi-a gritar, esta bem? O que acontec…. Ó meu deus nosso senhor… - a escrava de meu avo entrara ao ouvir meus gritos, veio ver se tudo estava bem e encontra o seu patrão estendido no chão, provavelmente morto…. - Eu já vou buscar ajuda…
            Não!!!!! Eu preciso de si avô! Não vá!!!! Por favoorrr!!!!!
. . .
            - E assim nos despedimos deste que fora Richard Rowswell. Descanse na paz de Deus – e assim terminou o funeral do avô. Agora terei de ficar com o Mayor da aldeia porque em caso de morte, o meu avô… simplificando, eu sou uma parte do testamento e o Mayor fica encarregue de mim até eu casar, com quem ele quiser
            Já estou a ficar farta de me estarem sempre a olhar de lado e a dizer “as minhas condolências”, nunca perderam um membro da família?!
            - Lucyanne, preciso de falar consigo – disse me o Mayor – é sobre os seus pais
            - Sobre os meus pais?! Diga logo o que tenciona dizer.
            - O que sabes sobre eles? Quase nada presumo
            - Apenas sei que me abandonaram e que meu avô me adotou
            - Utilizando certas medidas drásticas, se não me engano – como é que ele sabe?
            - Hum… a que quer chegar?
            - Eu gostaria de saber se vós quereis saber mais informações sobre eles – respondeu-me o Mayor
            - É claro que eu quero saber mais coisas sobre eles!
            - Pergunte e eu responderei – respondeu-me ele. Isto já está a fica muito suspeito…- Quem são eles? Porque me abandonaram? É verdade que meu avô esteve envolvido com o seu desaparecimento? Onde é que eles foram? Ainda estão vivos? Tenho algum irmão? Poderei alguma vez saber a verdade?
            - Bem, respondendo só à última, não, vós nunca pudéreis saber a verdade e por isso irei implementar outra vez a tática de seu avô… Peço-lhe imensas desculpas mas é apenas para seu bem – respondeu-me ele, dirigindo-se para cima de mim e agarrando-me os braços
            - Tire as suas mãos de cima de mim, já! – Rosnei para ele, torcendo-me toda para tentar escapar
            - Vós tendes a força de vontade de sua mãe, e o seu espirito, selvagem e indomável… já lhe contei que uma vez fui um cavaleiro? Bem, a minha missão era capturar Elena e Jared, mas ao intersecta-los no seu caminho para Veneza, eu… vós sois muito parecida a sua mãe, como uma espécie de copia, mas com uma leve diferença, vós tenhais os olhos de seu avô, acizentados, no seu estado repousado. Eu sei toda a sua historia, sei que vós pensais que algo de errado se passa consigo, mas é apenas… apenas… não, pensando bem, não lhe ei de dizer tão cedo o que vós sois, minha amada donzela… olhar para si é como voltar a olhar para sua mãe, tão esbelta e magnifica… também eu fui um apaixonado, mas arrependi-me das minhas ações e anos mais tarde desmascarei a localização de seus pais… sim, fui eu quem arruinou a sua vida e serei eu outra vez que irei devolve-la. Mas é claro, só o farei se vós me deixar ajudar… - disse ele, aproximando-se do meu ouvido e murmurando – deixe-me ajudá-la… deixe-me ficar com a sua inocência e satisfazer cada desejo seu
            - Eu não sou a minha mãe! Não sei como ela era e abdico desse conhecimento para apenas dizer que vós sois um velho nojento! Não me admiro ao saber que minha mãe nunca olhara para si, pois quem é que quereria um pobre miserável nojento. Deixe de ter ideias! E como vós já tenhais dito, passo a citar “vós nunca podereis saber a verdade”, então deixe de fazer falsas promessas– sinto me diferente, o ar esta mais leve. De repente começou uma ventania, levantando montes de folhas, e então eu fugi, fugi para junto de quem amo....
            - Não se atrevei a fugir! Se eu a apanhar, você ficara fechada naquela cave ate ao fim dos seus dias!!! – Ameaçou o Mayor.
            - É tarde de mais para voltar atras, não é verdade? Vós entre todos sois o que o sabei melhor. E não se preocupe, nunca mais me porá a vista em cima, e essa é a minha última promessa. – Não sei como, eu estava a controlar o vento… eu consigo controlar o vento… Já tinha ouvido rumores sobre pessoas que conseguiam controlar um dos quatro elementos, aparentemente eu era uma dessas pessoas e o meu elemento era o ar… Parei, bem se eu voltar para trás e lhe perguntar que é isto, ele pode me dizer… não eu nunca mo dirá e provavelmente trancar-me-á outra vez naquela cave… Espera um instante… não posso ir para casa, não posso ir para a estalagem, não posso ficar na aldeia… porque choro? Serão estas lagrimas de felicidade ou tristeza? Por um lado sou finalmente livre mas por outro, o meu mundo está todo a se desabar…
            A Floresta nunca me pareceu tão acolhedora… Até tenho a impressão que me chama… Espera Floresta Negra, eu estou indo!