terça-feira, 28 de maio de 2013

Cap II - O início

Lucy POV:
Bem, estou muito determinada em descobrir a minha verdadeira história, pois eu não acredito naquela que me foi contada.
A história é que uma rapariga muito jovem cedeu à tentação antes do casamento e engravidou. O pai da criança tinha ido para a guerra e desaparecido por isso a única solução para ela era se livrar do bebé, deixando-o na porta do orfanato com um bilhete com o meu nome e data de nascimento. Acontece que quando ela estava a se ir embora foi vista por um homem que a identificou como sendo Elena Rowswell, filha única do dono do orfanato, esta nunca mais fora vista e pensa-se que se encontra morta. Ela era a amante de Jared Wolffield, que morrera em combate (supostamente). Eu não acredito nessa história.
O dono do orfanato, meu avô, chama-se Richard Rowswell e ele disse para nunca me preocupar em descobrir os meus pais, pois eles abandonaram-me e não quereriam saber de mim. Existem muitos rumores sobre o triunfo de Wolffield na conquista da sua amada e no seu amor proibido. Um deles é que eles eram perseguidos por um homem muito poderoso e esconderam-se cá em “Ends Ville”, cá eles tiveram um filho, que adoecera e morrera e depois tiveram uma filha. O tal homem descobriu onde estavam escondidos e eles fugiram para a Floresta Negra, deixando a filha para trás, e pensa-se que estão mortos pois quem entra na Floresta nunca chega a voltar. Diz-se que os seus espíritos amaldiçoaram a Floresta e há desaparecimentos regulares, como se fosse a forma pela qual eles se vingavam de terem ser impedidos de se amarem, nesse que é chamado o amor proibido.
Hoje faço 18 anos, o que quer dizer que já me posso casar segundo meu avô. Tenho um namorado secreto, pois não me é permitido ter namorados, ele chama-se Christian Campbell. Eu e ele andamos em busca da verdadeira versão da história, por isso hoje vamos entrar na casa do Mayor da vila para ir à sala do arquivo.
- Chris, não pudemos demorar muito, pois eu tenho de me encontrar com meu avô para o chá
- Não se preocupe, quase que não demoraremos nada. Eu nunca deixaria a minha donzela ficar mal, além disso eu também tenho os meus compromissos – respondeu-me ele. Adoro quando utiliza a palavra “minha” quando me elogia, faz-me sentir que, pelo menos, alguém ainda se importa comigo, ele é o único que nunca me abandonou. Respondi-lhe com um olhar, aquele tipo de olhar que vale mais que as palavras. Agora já não podemos fazer barulho, estamos já quase na casa do Mayor. Chris foi à frente, ver se o caminho estava livre, e eu segui-o um pouco distante. Será que os meus pais podem estar vivos? Será que eles não entraram completamente na floresta e fugiram? Quem será o homem poderoso que os perseguia? Será que eles abandonaram-me mesmo? Qual é a minha verdadeira história? Porque é que quando coisas estranhas acontecem, eu sinto-me diferente? Será que lá estão todas as minhas respostas? A minha vida foi sempre vivida na incerteza do meu passado e no meu receio pelo futuro. Vivi enclausurada durante 14 anos, a me questionar e agora existia a chance, embora pequena, de eu obter todas as minhas respostas, de saber tudo, ao lado de quem amo.
- Lucy, avançai! Se vos afastardes muito perder-vos-ei e vos podereis ser apanhada pelos guardas rotineiros – e assim despertei da minha fantasia, do meu maior sonho: descobrir quem são os meus pais.
- Não precisa de se preocupar comigo, eu conheço esta casa como a palma da minha mão. Passei aqui os meus primeiros anos, antes de…
- Antes da cave… Eu percebo. Vem aí alguém!
- Bem, não está aqui ninguém… Pensei ter ouvido vozes vir deste lado – disse o guarda. Que sorte ele não nos ter visto… - Bem, acho que se for descansar um bocadinho ninguém vai sentir a minha falta… esta vila nem roubos tem, quanto mais assaltantes… a sala dos arquivos parece ser perfeita para dormir um bom sono… - e assim encaminhou-se para lá em passo apressado
Isto não podia correr pior… Mas será que ele não tinha outro lugar para ir descansar? Tinha mesmo de ser na única sala em que  nós precisávamos de ir?!
- Bem, Lucy estai disposta a esperar aqui enquanto eu vou buscar o seu arquivo? – Sussurra-me Chris
- Não! Eu não vim aqui para depois desistir e deixar-vos fazer o trabalho todo, eu também irei. – Então, dito isto, fomos para a sala de arquivo em bicos de pés. Relaxamos um bocadinho quando ouvimos os ressonar suave do guarda, que belo dia para dormir… Ao abrir a gaveta, fez-se um leve som estridente, a gaveta estava perra. O guarda virara-se no chão, onde dormitava, mas não acordara. Olhei de volta à gaveta e vi uma pasta com o nome Wolffield, Lucyanne. Bloquei, todas as respostas estavam nas minhas mãos, só me vêm lagrimas aos olhos e foi assim que tudo escureceu.
Chris POV:
            - Lucy, já encontrou alguma coisa? – Disse olhando para o lado, mesmo a tempo de vê-la desmaiar. Consegui ampará-la, e reparei que ela tinha o seu ficheiro na mão. Será que ela viu algo muito perturbante? Só consigo pensar em tira-la daqui. Vou pousa-la no chão, fechar as gavetas e sair daqui o mais depressa possível. Como isto foi acontecer… Bem está ali a igreja, posso-me esconder lá até ela acordar…
Lucy POV:
            - Hum… o que é aconteceu? – A última coisa de que me lembro é de ter encontrado o meu ficheiro e depois, bem… mas como é que eu cheguei ao jardim atrás da igreja?
            - Desmaiou quando encontrou o seu ficheiro e eu pensei que isso tenha acontecido porque vós tivestes visto algo muito perturbante, por isso eu li e reli tudo, mas não encontrei nada que possa ter causado o seu colapso.
            - Bem, eu desmaiei pois era tanta a minha alegria de ter finalmente as respostas nas minhas mãos, e agora estraguei tudo e não sei nada……
            - Não é bem assim – disse Chris, passando-me três ficheiros, o meu, o de Elena Wolffield e o de Jared Wolffield – após o casamento, todos vós tínheis o mesmo apelido, o que facilitou um pouco a tarefa de busca, havia mais um ficheiro com o apelido Wolffield, mas estava em muito más condições, por isso não tenho a certeza de que seja Wolffield. Neste momento falta meia hora para o chá de seu avô por isso despache-se a ler os ficheiros que depois tenho de voltar a pô-los lá, na sala de arquivo.
            - Não se preocupe, eu não demorarei muito. Agora se me dá licença, irei para ali.
Após quarenta e cinco minutos
       Nem acredito que me deixei levar pela leitura, agora irei chegar tarde ao chá e meu avô me irá perguntar onde estive, mas em comparação ao que eu descobri isso não é nada. Aquele monstro, como pode ele perseguir os meus pais, obrigando-os a vender-me em troca da sua liberdade… e como puderam eles aceitar tal troca sem qualquer hesitação… cheguei a casa de meu avô… vejamos o que ele me tem a dizer…
            - Desculpe o atraso, avô. Eu distraí-me com as horas quando estava a dar um passeio e… Avô? Avô? Onde está? Responda-me por favor! Ó meu Deus… ALGUEM QUE ME AJUDE! POR FAVOR! ALGUE… - o meu avô está no chão, será que morreu? Por favor meu deus, não permita que isto aconteça… por favor NÃO!
             - Menina Lucy, ouvi-a gritar, esta bem? O que acontec…. Ó meu deus nosso senhor… - a escrava de meu avo entrara ao ouvir meus gritos, veio ver se tudo estava bem e encontra o seu patrão estendido no chão, provavelmente morto…. - Eu já vou buscar ajuda…
            Não!!!!! Eu preciso de si avô! Não vá!!!! Por favoorrr!!!!!
. . .
            - E assim nos despedimos deste que fora Richard Rowswell. Descanse na paz de Deus – e assim terminou o funeral do avô. Agora terei de ficar com o Mayor da aldeia porque em caso de morte, o meu avô… simplificando, eu sou uma parte do testamento e o Mayor fica encarregue de mim até eu casar, com quem ele quiser
            Já estou a ficar farta de me estarem sempre a olhar de lado e a dizer “as minhas condolências”, nunca perderam um membro da família?!
            - Lucyanne, preciso de falar consigo – disse me o Mayor – é sobre os seus pais
            - Sobre os meus pais?! Diga logo o que tenciona dizer.
            - O que sabes sobre eles? Quase nada presumo
            - Apenas sei que me abandonaram e que meu avô me adotou
            - Utilizando certas medidas drásticas, se não me engano – como é que ele sabe?
            - Hum… a que quer chegar?
            - Eu gostaria de saber se vós quereis saber mais informações sobre eles – respondeu-me o Mayor
            - É claro que eu quero saber mais coisas sobre eles!
            - Pergunte e eu responderei – respondeu-me ele. Isto já está a fica muito suspeito…- Quem são eles? Porque me abandonaram? É verdade que meu avô esteve envolvido com o seu desaparecimento? Onde é que eles foram? Ainda estão vivos? Tenho algum irmão? Poderei alguma vez saber a verdade?
            - Bem, respondendo só à última, não, vós nunca pudéreis saber a verdade e por isso irei implementar outra vez a tática de seu avô… Peço-lhe imensas desculpas mas é apenas para seu bem – respondeu-me ele, dirigindo-se para cima de mim e agarrando-me os braços
            - Tire as suas mãos de cima de mim, já! – Rosnei para ele, torcendo-me toda para tentar escapar
            - Vós tendes a força de vontade de sua mãe, e o seu espirito, selvagem e indomável… já lhe contei que uma vez fui um cavaleiro? Bem, a minha missão era capturar Elena e Jared, mas ao intersecta-los no seu caminho para Veneza, eu… vós sois muito parecida a sua mãe, como uma espécie de copia, mas com uma leve diferença, vós tenhais os olhos de seu avô, acizentados, no seu estado repousado. Eu sei toda a sua historia, sei que vós pensais que algo de errado se passa consigo, mas é apenas… apenas… não, pensando bem, não lhe ei de dizer tão cedo o que vós sois, minha amada donzela… olhar para si é como voltar a olhar para sua mãe, tão esbelta e magnifica… também eu fui um apaixonado, mas arrependi-me das minhas ações e anos mais tarde desmascarei a localização de seus pais… sim, fui eu quem arruinou a sua vida e serei eu outra vez que irei devolve-la. Mas é claro, só o farei se vós me deixar ajudar… - disse ele, aproximando-se do meu ouvido e murmurando – deixe-me ajudá-la… deixe-me ficar com a sua inocência e satisfazer cada desejo seu
            - Eu não sou a minha mãe! Não sei como ela era e abdico desse conhecimento para apenas dizer que vós sois um velho nojento! Não me admiro ao saber que minha mãe nunca olhara para si, pois quem é que quereria um pobre miserável nojento. Deixe de ter ideias! E como vós já tenhais dito, passo a citar “vós nunca podereis saber a verdade”, então deixe de fazer falsas promessas– sinto me diferente, o ar esta mais leve. De repente começou uma ventania, levantando montes de folhas, e então eu fugi, fugi para junto de quem amo....
            - Não se atrevei a fugir! Se eu a apanhar, você ficara fechada naquela cave ate ao fim dos seus dias!!! – Ameaçou o Mayor.
            - É tarde de mais para voltar atras, não é verdade? Vós entre todos sois o que o sabei melhor. E não se preocupe, nunca mais me porá a vista em cima, e essa é a minha última promessa. – Não sei como, eu estava a controlar o vento… eu consigo controlar o vento… Já tinha ouvido rumores sobre pessoas que conseguiam controlar um dos quatro elementos, aparentemente eu era uma dessas pessoas e o meu elemento era o ar… Parei, bem se eu voltar para trás e lhe perguntar que é isto, ele pode me dizer… não eu nunca mo dirá e provavelmente trancar-me-á outra vez naquela cave… Espera um instante… não posso ir para casa, não posso ir para a estalagem, não posso ficar na aldeia… porque choro? Serão estas lagrimas de felicidade ou tristeza? Por um lado sou finalmente livre mas por outro, o meu mundo está todo a se desabar…
            A Floresta nunca me pareceu tão acolhedora… Até tenho a impressão que me chama… Espera Floresta Negra, eu estou indo!

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Cap I - A lenda



Apenas com 1 ano fora parar a um orfanato, deixada à porta dele apenas com um bilhete a dizer Lucy Wolffield. Pelo menos isso fora o que lhe contaram,  aqueles que a levaram para longe contra a vontade de Jared Wolffield, seu pai.

Dizia a lenda que Wolffield era uma família da alta nobreza, muito respeitada e poderosa, mas com um filho algo fora do comum. Desde pequeno que roubava, e com os anos ia aperfeiçoando as técnicas. A maior parte dos seus roubos era para ajudar pobres camponeses que nada tinham. Mas apesar das suas boas intensões, era visto como a vergonha dos Wolffield, um filho indesejado. Apesar das contradições, era o herdeiro da família, visto que a sua mãe teve apenas mais 3 raparigas antes de deixar de puder ter filhos devido a complicações no parto da ultima.
Um dia estava a dar um passeio e viu uma rapariga, que pela qual se apaixonou. Elena Rowswell, uma das raparigas mais cobiçadas da cidade. Mas o seu pai não autorizava, nem a presença, de Jared perto dela. Via-o como a um vigarista que queria a fortuna dele. Mas Elena apaixonara-se pelo jovem e charmoso Jared, e sem a permissão do pai, Elena fugiu com Jared, em busca da cidade dos seus sonhos, Veneza. 
Mas formam intercetados por um homem, um cavaleiro, contratado pelo pai de Elena para matar o jovem casal e traze-lo. Mas acontece que o cavaleiro apaixonara-se pela beleza de Elena, muito jovem e sedutora nos seus 16 anos.
 Assim o cavaleiro deixou-os ir, avisando que o pai dela tinha a parte sul da Europa sobre olho, por isso aconselhou-os a irem para um pais mais a norte, como Finlândia ou Noruega. Eles seguiram o conselho e foram então para a Dinamarca, seduzidos pela ideia da neve, algo que nunca tinham visto anteriormente.
Ao chegarem ao pé das árvores, avistaram um sinal a dizer “Aqueles que outrora, cavaleiros, aqui tentaram atravessar e provar que a floresta, escura e perigosa, só passara de um mito, encontram-se lá sepultados num grande cemitério que é a Floresta Negra. Vós que estais lendo isto, se vós quereis uma morte lenta e dolorosa onde nunca será encontrado os seus restos, a floresta estai à vossa disposição.”. Intrigados com o que aquele sinal dizia, seguiram o seu rumo pelo trilho, até chegarem uma aldeia chamada “Ends Ville”, o que também intrigou-os. Dirigiram-se a uma pequena taberna que também era um pequeno motel e alugaram um pequeno quarto. Ficaram nesse quarto até que Jared, que tinha trabalhado intensamente como lenhador na orla da floresta, conseguio dinheiro suficiente para comprar uma pequena e modesta casinha.
Passados dois anos, estando casados e financeiramente estáveis esperavam o seu segundo filho, uma menina cujo nome foi Lucyanne. O primeiro filho tinha nessa altura um ano, e seu nome era Philipe. Elena e Jared nunca chegaram a mudar o nome, pois nunca achavam que seriam procurados nesta parte do mundo, mas aí se enganavam redondamente.
Depois da sua fuga a família de Jared fora torturada para saber a localização destes amantes, porem ninguém sabia. Josefth Wolffield era o pai de Jared, era o único conhecedor de tal informação, mas ele morrera de causas naturais dois dias antes do rapto e chacina da sua família.
Como já devem ter percebido, os Roswell não descansaram até terem Elena e Jared capturados ou mortos. Após descoberta a sua localização no norte da Europa, a única salvação desta família era fugir, mas para onde? Para a Floresta Negra onde o sobrenatural reinava.

Certo dia, ao entardecer, sentia-se na terra os tremores que as pancadas dos cascos dos cavalos imitiam sobre a terra. Era Novembro, dia 26 para ser mais precisa, dia em que Lucyanne comemorava o seu primeiro aniversário. Jared já sabia que este dia seria o fim, como ele estava certo, mas Elena recusava aceitar o facto de que a morte se aproximava.
- Existe sempre uma alternativa, Jer! Nós encontrámo-la antes e iremos encontra-la outra vez. Até que o fim nos separe!
- Ou o teu pai queres tu dizer. Mas tens razão, eu estive a pensar num plano caso este dia chegasse. Mas tu não vais gostar…
-Diz logo, daqui a pouco ficamos sem tempo para agir!
- Como tu sabes eu sou um lenhador, e quando eu estava na floresta à procura de um tipo de madeira, um carvalho negro conectado a um carvalho branco, encontrei uma rede de tuneis por baixo dessas duas árvores. Quando eu tinha algum tempo livre a mais ia explorando e adaptando os tuneis para caso de necessidade futura.
- Isso é ótimo! Porque disseste que eu não ia gostar?
- Porque temos de atravessar quase meia floresta para chegar lá…
- Isso agora não é importante, porque simplesmente não pode importar. É a nossa única opção, a única salvação dos nossos filhos. Que seriamos nós sem eles, e que seriam deles sem nós? Bem, vai preparar os cavalos, eu preparo as nossas coisas.
Daí a quinze minutos já tinham partido, levando o essencial consigo e deixando para trás não só uma casa, mas um lar, onde sentiram-se protegidos de tudo aquilo de que sempre fugiram.


Depois de penetrarem na orla da floresta repararam que tinham estado a ser seguidos por um batedor que usava o brasão da família Rowswell. Jared explicou como se ia ter ao refúgio, através de umas marcas quase invisíveis nas árvores, umas setas. O código era invertido, se apontava para direita era para a esquerda, se apontava para esquerda era direita, e assim por diante. Separaram-se, cada um ficou com um cavalo, o batedor não sabendo o que fazer, segui-o um, que acabou por ser o do Jared. Jared ficara com Lucyanne e Elena com Philipe, quando já estavam a penetrar demasiado na floresta, batedor abordou Jared, perguntando se ele tinha visto alguém chamado Wolffield. No momento em que Jared o encarou, uma dezena de soldados saiu das trevas cercando-o, como uma muralha. De uns dos lados abriu-se um espaço de onde saio com um ar de triunfo Richard Rowswell, pai de Elena.
- Com que então, como está, senhor Wolffield? Mas mais importante, onde está a Elena?
- Ela está a salvo, finalmente a salvo da sua prisão de políticas e preconceitos.
- Vejo que guarda algum rancor, senhor Wolffield. E que é isso aí? – E ao dizer isto três soldados aproximaram-se, arrancando a pequena e inocente bebé dos seus braços, imobilizando-o ao mesmo tempo contra o chão. Um dos soldados trouxe-lhe a bebé embrulhada em pequenos panos arrosados, e ele recebeu-a e afagou-a contra o peito num gesto protetor – Bem, parece que finalmente temos algo em comum. A ambos foi-nos tirado o que a certa altura era o mais importante, e agora a ambos não nos sobra nada além da saudade de puder proteger a nossa pequena e inocente filha. Bem que agora de inocente minha filha não tem nada, não passa de uma desamparada que só sabe ir pelos maus caminhos. Foi um prazer reencontra-lo, senhor Wolffield. Ah, já me esquecia, você é o último Wolffield vivo. Bom proveito da vergonha que carrega. – E assim deu meia volta e foi-se encaminhando para fora dali.
- Espere! Isto não ficará assim! – Mas vendo que aquelas palavras de nada serviam acrescentou: - Ela chama-se Lucyanne, em honra da sua falecida mãe. Elena disse que após a sua morte, você nunca mais foi o mesmo. Lamento por ter de carregar a dor de ter assinado a sentença de morte de sua mãe, mas você nunca a devia ter denunciado. As bruxas gostam de ser mantidas em segredo, tendo em conta que normalmente toda a família o é. – Isto fez com que ele parasse de andar, mas mantinha-se de costas voltadas para Jared – Mas foi pelo facto de que você não o era que a denunciou, sentia-se muito diferente do resto da sua família, intimidado. Ser o excluído, por vezes é muito desagradável, ser o único fora do segredo passado de geração em geração. Até os seus descendentes o são, sobrenatur……
- Chega!!!! – disse Rowswell interrompendo Jared – Não admito que ande por aí a profanar a minha família. Nunca mais verá a sua filha e sua sorte, senhor Wolffield, é que eu não sei onde está a minha senão também nunca a veria outra vez. Se nos encontrarmos de novo, considere-se um homem morto. – e assim foi-se embora de vez, em passos apressados, levando todos os soldados consigo, deixando-o ofegante por ter estado numa posição tão desconfortável por tanto tempo.
Levantou-se a custo, dirigindo-se para o seu cavalo, pensando em como diria a Elena que Lucy foi-lhes retirada, a sua pequena joia fora lhes retirada… tudo por culpa dele, pela sua ignorância. O caminho para os carvalhos nunca lhe parecera tão insignificante, estava a ver tudo turvado pelas lagrimas, pela certeza de que nunca mais a veria… E assim se deu o início do seu fim.......